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segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Balneabilidade: Você gosta de dar uns Tchibuns???

Desde pequena costumo passar o verão frequentando as praias aqui em Santa Catarina e no litoral de outros estados. Adoro o sol, a brisa do mar, cair na água e dar os meus tchibuns, acredito que a grande maioria das pessoas se sente atraída por este contato direto com a natureza, que é tudo de bom. Pessoas viajam grandes distâncias para ter esta oportunidade, mas fique alerta quanto a qualidade da água onde você vai mergulhar para não ter problemas de saúde!!
Para você se sentir tranquilo neste sentido é necessário verificar as placas que devem estar nos balneários informando como está a qualidade da água.
Estas placas mostram os resultados da Pesquisa de Balneabilidade, que analisa e determina se estão próprias ou impróprias para o banho, ou seja, se estão contaminadas ou não por esgoto doméstico. A possível contaminação é verificada através da contagem da bactéria Escherichia coli, presente nas fezes dos animais ectotérmicos (temperatura corporal constante) como nós, se for constatado o número acima do tolerado para esta atividade, o seu tchibum no mar pode colocar sua saúde em risco.

Podem falar o que quiser do Greenpeace, mas jamais que esta ONG não tem criatividade!

É incrível, mas muitos dejetos humanos são lançados em rios que por sua vez desembocam no mar, ou o próprio balneário, que não tem serviço de coleta e tratamento de esgoto, lança tudo na praia, certamente muitos já viram tubulações, fossas abertas na areia das praias, horrível!
No litoral catarinense trabalho de balneabilidade é realizado pela FATMA-Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina, desde 1976 (ano em que nasci), seguindo as normas da resolução do Conama-Conselho Nacional de Meio Ambiente. São realizadas coleta de amostras da água do mar em mais de 180 pontos dos 500 quilômetros da costa catarinense.
A FATMA seleciona esses pontos de tal forma que todo o litoral seja avaliado, concentrando as coletas justamente nos locais mais suscetíveis de poluição - os de maior fluxo de banhistas. As coletas são feitas mensalmente de março a novembro e semanalmente de dezembro a fevereiro - o pico da temporada de Verão.
O ponto é considerado Impróprio para banho quando em 60% dos últimos 5 (cinco) resultados o volume da bactéria Escherichia coli for superior a 800 NMP (Número Mais Provável) por 100 mililitros de água, nas amostras coletadas ou quando, na última amostragem, o valor obtido for superior a 2.000 NMP (Número Mais Provável) por 100 mililitros de água. Quando o resultado obtido é Impróprio, indica que há o risco de contaminação naquele local.
Os órgãos públicos que monitoram a qualidade das águas no litoral brasileiro para o banho, tem a responsabilidade e a determinação legal de divulgar que existe risco, pois água contaminada pode causar doenças como gastroenterite, verminoses, doenças de pele e até doenças mais graves, de veiculação hídrica como hepatite, cólera e febre tifóide, sendo assim, o tchibum dado, pode ter consequências graves.
Por isso fique atento as placas sinalizando a qualidade da água, se mantenha informado sobre a balneabilidade da praia que vai frequentar, no mais, é só alegria!
Daniela Lima

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Clean Up Day - Dia Mundial de Limpeza das Águas

O Dia Mundial de Limpeza das Águas - Clean Up Day, ocorre anualmente no 3º terceiro final de semana de Setembro, este ano acontece neste sábado dia 19, será um grande dia de mobilização que contará com a participação de mais de uma centena de países pelo mundo.
Já tive a oportunidade de participar deste evento mundial aqui em Santa Catarina e no litoral paulista em Ubatuba e no Parque Estadual da Ilha Anchieta.
O objetivo maior é em sua demanda, a limpeza de rios, mares e lagos em todo mundo, juntamente com uma elaboração para recuperação e preservação de toda água no planeta.
Vamos Fazer uma Reflexão??
Este tipo de evento além de coletar resíduos espalhados pelas praias e rios do mundo, deve sensibilizar as pessoas para o problema existente. Qual é esse problema?
O ponto X da questão é a falta de bom senso e educação da população que vai jogando os resíduos gerados pelo seu consumo nas ruas, rios e praias espalhadas pelo mundo.
Não adianta participar UM DIA POR ANO DA LIMPEZA DAS ÁGUAS, se durante o resto dele você joga latinhas, papel de bala, etc das janelas dos carros e ônibus nas ruas ou se você vai à praia e não é capaz de levar o coco do qual bebeu a água na lixeira mais próxima. Muitos animais morrem asfixiados em rios e mares por tentar ingerir lixo, tente pensar nas consequências de suas atitudes.
O Clean Up Day deve promover a educação ambiental de forma com que as pessoas reflitam suas atitudes em relação ao consumismo e ao destino (descarte) dos resíduos gerados.
Aqui no Norte Catarinense o Instituto COMAR realizará a ação de Educação Ambiental em duas cidades

- Balneário Barra do Sul/SC: Praia da Boca da Barra
- São Francisco do Sul/SC: Prainha e Praia Grande
Horário: das 9h às 13h
Recomendo a leitura do Blog Ecosurf - Surf nas ondas da Sustentabilidade ,que tem como missão contribuir para uma Educação Socioambiental crítica, emancipatória e participativa na sociedade brasileira inspirada no surfe, visando a construção da sustentabilidade planetária.
O Ecosurf tem atitude o ano inteiro!!
Por favor, não ache que porque você participará deste evento anual sua consciência pode ficar tranquila, pois ele é apenas mais um dia e nossos hábitos e atitudes conscientes devem se manter o ano todo ok???
Daniela Lima
Mais informações sobre o CLEAN UP DAY no norte catarinense: contato@institutocomar.org.br ou http://www.institutocomar.org.br/

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Novamente Santa Catarina...

A maioria já deve estar sabendo do estrago feito em Santa Catarina pelo vendaval, realmente fiquei super assustada, na madrugada de terça feira 08/09, acordei com o som das intensas rajadas de vento e objetos caindo, batendo contra muros, acho que durou 10 minutos, mas não tive coragem nem de espiar o que se passava, o vento chegou a 70km/h.
Quando saí para trabalhar às 7h, notei que os aproximados 10 minutos foram suficientes para causar alguns estragos no meu bairro, outdoors caídos, cacos de telhas na rua, o toldo de uma verdureira havia despencado.
Conversando com colegas de trabalho, percebi que em outros bairros de Joinville o negócio tinha sido mais forte, quando vi os noticíarios da TV sobre o ocorrido no estado, constatei que o vendaval foi bem mais forte ainda em outras cidades catarinenses.



Na Avenida Visconde de Taunay, no Centro de Joinville, uma árvore de grande porte ficou com a raiz exposta após tombar sobre a calçada e a via. (Foto: Mário Duarte)

A cidade mais atingida foi Guaraciaba, na região oeste de Estado, ocorreram 4 mortes, entre elas uma menina de 9 anos, o vento foi tão forte que arrancou a menina do colo da mãe, nem posso imaginar o sofrimento desta mulher. Outras 60 pessoas ficaram feridas e foram hospitalizadas. Três permanecem internadas e duas estão na UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
A Epagri/Ciram (Centro de Informações de Recursos Ambientais e de Hidrometeorologia, confirmou que os temporais em Santa Catarina foram causados por um tornado, esta confirmação foi feita com base em fotos e imagens colhidas no local. Os ventos da região chegaram a mais de 120 km/h, 16 cidades decretaram estado de emergência.
O instituto afirmou que o fenômeno foi resultado do encontro do ar mais frio com o ar mais quente que predominava em Santa Catarina (máximas de 32ºC em Itapiranga) e formou nuvens com grande desenvolvimento vertical.



Imagens do radar do Simepar (Sistema meteorógico do Paraná). Tornado que causou grandes danos ao município de Guaraciaba no Oeste Catarinense. http://www.simepar.br/

Em todo o Estado, 49 municípios foram atingidos pelas fortes chuvas e ventos ,1.163 pessoas perderam suas casas e 7.046 tiveram que deixar o local onde moravam, informou a Defesa Civil, que contabiliza 54 mil pessoas afetadas.

A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR : Este tipo de fenômeno já acontecia antes ou seria uma conseqüência do Aquecimento Global?

Segundo as Meteorologistas Gilsânia Cruz e Francine Gomes, do Setor de Previsão de Tempo e Clima - Epagri/Ciram, pode-se afirmar que o estado Santa Catarina é propício à ocorrência de fenômenos dessa natureza, em função da sua localização geográfica e orografia, recebendo influência de massas de ar tropical e extratropical durante o ano todo. E nos dias de hoje, com mais recursos disponíveis, é mais fácil de se obter registros destes fenômenos. No entanto, ainda é impreciso afirmar se a freqüência e intensidade desses eventos estão aumentando ou diminuindo por influência do aquecimento global.

O fato é que Santa Catarina tem sofrido muito com este tipo de evento, pessoas sofreram perdas emocionais e materiais, A TRAGÉDIA OCORRIDA NO FINAL DO ANO PASSADO foi traumática para os catarinenses, algumas pessoas ainda não se reestabeleceram depois de quase um ano. Em novembro de 2008, 135 pessoas morreram e duas ficaram desaparecidas com as enchentes e desmoronamentos de terra, provocado pelas chuvas intensas.

Nas últimas horas tem chovido muito ainda e nós catarinenses começamos a ficar preocupados, temendo que a história se repita ... Quem pode com a força da natureza????

Daniela Lima

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Analisando a PEGADA ECOLÓGICA

A análise da pegada ecológica permite estimar o quanto de recursos naturais são necessários para sustentar uma população, ou seja, o quanto é preciso usar de uma área natural para sustentar o que consumimos, além da assimilação dos resíduos que geramos.
Grande parte das nações para atender os seu padrões de consumo energético e materiais, precisam se apoderar de terra produtivas de outros países.
Argentina, Austrália, Brasil, Canadá e Chile são os países que conseguem se sustentar com seus próprios recursos naturais, através de seu território, isto justifica a presença de tantas multinacionais em nosso tão rico país.
Porém, aqui no Brasil os padrões de consumo vem crescendo cada vez mais, nossa pegada vem aumentando a cada dia.

Você tem a Consciência das marcas que está deixando no planeta?

Calcule sua PEGADA ECOLÓGICA no quiz da WWF, são 15 questões que tem como objetivo identificar alguns dos hábitos que compõem seu estilo de vida. A partir deles, pode-se estimar a quantidade de recursos naturais necessária para sustentar suas atividades diárias. Clique no link abaixo e faça o quiz:


QUE MARCAS VOCÊ QUER DEIXAR NO PLANETA?


Talvez você se surpreenda...

Daniela Lima

sábado, 5 de setembro de 2009

Usando o Carro de maneira Sustentável

Os transportes consomem 20% da energia gasta pelo ser humano, representam a última solução de locomoção. As propagandas de novos modelos induzem a compra, deste transporte oneroso e prejudicial ao meio ambiente, por interesse de grupos. E nós visamos o conforto e comodidade!
Enquanto esse quadro não muda, podemos adotar alguns cuidados para reduzirmos o impacto negativo de seu uso.
Leia atentamente as instruções do fabricante do seu carro. Os manuais atuais trazem muitas recomendações a respeito de formas menos impactantes de se utilizar um veículo, veja abaixo algumas dicas:


- Evite arrancadas bruscas. Causam desgaste prematuro de diversos componentes mecânicos, contribuem para poluição atmosférica e sonora, tornando o escossitema urbano estressante.
- Ao Substituir os pneus, não os deixe expostos, encaminhe para reciclagem. Incineração jamais, a queima libera gases tóxicos e constituem crime ambiental, previsto em lei.
- Pneus ao ar livre acumulam água e abrigam focos de insetos transmissores de diversas doenças (ex: dengue), ao guardar pneus deixe-os protegidos da água da chuva.
- Comprar pneus usados, importados, significa comprar resíduos de outros países, que encontraram uma forma de se livrar do resíduo, transferindo-os para outros países. Gaste um pouco mais e compre um produto ambientalmente correto, a maioria dos pneus atuais já é reciclável e reaproveitada.
- As brecadas bruscas poluem o ar (fumaça, emissão de partículas de desgaste, tanto dos pneus e da pista, quanto das pastilhas e lonas de freio), assustam pessoas deixando o ambiente estressado. Evite-as.
- As lonas e pastilhas de freio à base de asbetos (amianto), no atrito, produzem um pó cancerígeno (pulmão). Ao Trocar estes componentes, leia atentamente as instruções e dê preferência a produtos que não contenham essas substâncias em sua constituição.
- Ao trocar o óleo do motor, faça-o em locais adequados (postos de serviços). Ali o óleo é reunido e levado para o re-refino, transformado em óleo combustível industrial e graxas. Óleos usados e despejados em vias públicas ou esgotos, terminam poluindo os manancias de água.
- Ao lavar seu carro, use produtos biodegradáveis. Utilize baldes, em vez de mangueiras e a menor quantidade de água possível. O Brasil é um dos poucos países que ainda fazem uso da água tratada para lavar carros. Prefira lavar seu carro em Lava-a-jatos, o custo termina sendo menor, dando preferência aos postos que usam produtos biodegradáveis. Certifique-se que a água utilizada vai para a rede de esgotos, ou escorre para corpos d'água sem tratamento. Caso afirmativo troque de lava-a-jato e RECLAME.
- O sistema de exaustão de seu veículo (escapamento) não pode ter vazamento.
- O código nacional de Trânsito prevê multas pesadas para a poluição sonora, bem como a Legislação Ambiental. Mantenha seu carro silencioso, em respeito ao próximo e a sua própria saúde.
- Utilize a buzina apenas em caso de reconhecida necessidade (advertência, segurança). Chamar alguém buzinando, é descortês, além de poluir o meio ambiente.

Vamos mudar um pouco? A carona solidária é um bom começo, calibre os pneus no mínimo uma vez por mês, substitua o uso do carro por uma caminhada quando o destino é próximo.
Não tem sentido deslocar uma tonelada de ferro, para comprar 100g de pão, você não acha?

Daniela Lima
DIAS,Genebaldo Freire.Antropoceno: Introdução a Temática Ambiental.São Paulo:Gaia.2002, 110p.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Morcegos Urbanos

Atualmente os morcegos habitam as cidades e as zonas rurais, são os únicos mamíferos capazes de voar.
Passaram a viver nas áreas urbanas pois encontraram nelas boas condições de abrigo e alimentação, as agressões aos seres humanos ocorrem pelo pisoteio ou toque.
Seus hábitos são noturnos, buscando abrigo em locais com pouca luz como: sótão, frestas em muros de paredes, caixas de persianas, vãos de dilatação de prédios, galerias de águas pluviais, grutas, sob as folhas das árvores, ocos de árvores, porões, estábulos, forros.

As diferenças entre eles, estão principalmente em suas dietas:

- Frugívoros: Comem frutos e eliminam sementes, DISTRIBUINDO-AS NO AMBIENTE.
- Folíveros: Consomem folhas de diversas plantas.
- Carnívoros: Comem ratos, lagartixas, pássaros, rãs etc, CONTROLANDO O CRESCIMENTO POPULACIONAL DESTES INDIVÍDUOS.
- Hematófagos: Se alimentam de sangue, os animais são os mais atacados, raramente o homem é atingido, SOMENTE 3 ESPÉCIES SÃO HEMATÓFAGAS, ocorrem apenas nas américas e são raros no sul do Brasil.
- Nectarívoros: Se alimentamdo néctar das flores, DISTRIBUINDO O POLÉN DE UMA FLOR PARA OUTRA, POLINIZAÇÃO, GARANTEM A VARIABILIDADE GENÉTICA.
- Insetívoros: Se alimentam de insetos, CONTROLANDO A POPULAÇÃO DE INSETOS NOTURNOS.

Olha que bonitinhos!

Embora desempenhem um grande papel para o equilíbrio ecológico, sua presença próxima das edificações urbanas pode causar danos a saúde como: raiva, histoplasmose e salmonelose.

Estas doenças são transmitidas pela mordedura, partículas presentes nas fezes ressecadas dos morcegos que proporcionam o crescimento de um fungo fazendo seus esporos se espalharem com a poeira, e ainda pela ingestão de alimentos ou uso de objetos contaminados pelas fezes.

Poderia escrever até mais sobre sua biologia, mas a bióloga Natália Allenspach, autora do RECICLE.BLOG, fez excelentes posts sobre eles, vale a pena ler, clique nos links abaixo:


As imagens das postagens são muito fofas!

O Biólogo Alexandre Grose, pesquisador da UNIVILLE, me enviou um excelente material desenvolvido pelo Museu de Ciências Naturais - Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul que fornece sugestões para o controle das populações de morcegos em escolas, as dicas são aplicadas para residências também, vale a pena ler e encaminhar para escolas e residências onde são constatadas a presença de espécies de Quirópteros, clique no link abaixo:


Excelente material, muito bem ilustrado, agradeço ao Grose pela contribuição!

Não mate os morcegos eles desempenham um grande papel no meio ambiente, no manual você aprende a afastá-los.

Daniela Lima

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Dicionário BioAmbiental - Desertificação

Quando uma grande extensão de terra, serve continuamente de pasto, ou terras agricultáveis são intensamente cultivadas, os nutrientes do solo se perdem, e é provável ocorrer a erosão do solo. Isso significa que a terra está adquirindo mais características de um ecossistema de deserto do que as do ecossistema anterior. Se a terra se torna 10% menos produtiva agricolamente do que era antes, esse processo é chamado desertificação.
Desertificação Severa, significa que a produtividade da terra foi reduzida em mais de 50%.
A desertificação pode ocorrer naturalmente ao longo das fronteira de desertos existentes, devido à seca ou a mudança do clima.
A desertificação pode ser controlada em parte, com práticas de manejo de terra adequada que evitam a erosão do solo. As práticas de agricultura sustentada são desenvolvidas para evitar a desertificação.


Imagem: Viva Terra

Minhas Considerações

No Brasil as atividades agropecuárias são grandes agentes no processo de desertificação, o desmatamento, queimadas com intuito de abrir novas pastagens tem contribuído com esse processo.
A falta da mata nativa empobrece o solo, a movimentação do gado, atua diretamente na compactação do mesmo, até mais que um trator, dessa forma raras plantas conseguem se desenvolver, as quais sem muito valor para agregar, impedindo o bom funcionamento do ciclo da água.
São sinais de desertificação o aumento de cupinzeiros nas áreas de pastagens, plantas infestantes (capim amargoso, vassourinha do curral, etc), surgimento de pragas como a cigarrinha da pastagem, além de erosões em forma de ravinas e voçorocas.
Isso vem sendo provocado pela ação antrópica, ocorrendo mudança da paisagem e dificultando inclusive as práticas agrícolas, comprometendo os ecossistemas das áreas atingidas.

Voçoroca

A carne consumida na região sudeste do Brasil, é proveniente das áreas de pastagens da Amazônia, sem querer ser alarmista deduzi que quanto mais carne se consome nesta região, de certa forma se contribui com o processo de desmatamento na Amazônia, e consequentemente para a desertificação, isso vale para todo o país.
O Rio Grande do Sul já vem sofrendo processos de desertificação.
Bem, não sou vegetariana, mas tenho reduzido bastante o consumo de carne, até porque não necessitamos de muita proteína animal. Claro que não evoluímos comendo bananas, mas o homem primitivo tinha hábitos bem diferentes dos nossos, e a carne consumida era fruto de árduas caçadas, nem sempre era disponível.
Acredito que devemos começar a pensar em nosso hábitos alimentares e substituirmos alguns itens de nossa dieta no dia-a-dia, para nossa própria saúde e para saúde do planeta! Além de investimentos em práticas sustentáveis de sistemas produtivos agrícolas.
Não necessitamos comer um boi por dia, como algumas pessoas que conheço, enfim, é bom pararmos para uma reflexão à respeito. E olha que eu gosto de uma picanha, porém não aguentaria ver um boi sendo morto, incoerência a minha não?!

Daniela Lima

DASHEFSKY, H. S. Dicionário de Educação Ambiental: Um guia de A a Z. São Paulo: Gaia. 2001, 313p.

REVISTA TERRA LIVRE. Paisagens do Cerrado e Sustentabilidade de Sistemas Produtivos Agrários: Uma Análise de Jataí (GO). Ano 20, v. 2, n. 23, p. 139-159, jul.-dez. 2004.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Entrevista no Programa Breakfast Jovem Pan 91.1

Na sexta-feira passada, dia 21/03 dei uma entrevista no Programa Breakfast apresentado pelo radialista Osny Martins que tem grande audiência na Rádio Jovem Pan FM 91.1 de Joinville/SC e região. O objetivo era divulgar a Intervenção Popular comemorativa ao primeiro aniversário do Instituto Viva o Cachoeira do qual faço parte.
Fiquei um pouco nervosa, nunca tinha falado ao vivo em uma rádio, ainda mais com um radialista tão popular, considerei uma grande responsabilidade.
Depois de algumas gaguejadas, fiquei mais a vontade e acho que consegui alcançar meus objetivos, colocando considerações sobre o Rio Cachoeira que deveriam ser esclarecidas, além da divulgação do evento:



Entrevista no Programa Breakfast Jovem Pan 91.1 (Jornal o Vizinho)

- De modo geral, atualmente a população hoje vira as costas para este rio, que parece não ter atrativo, devido ao cheiro e a água escura.

- Joinville conta com aproximadamente 14% de serviço de tratamento e coleta de esgoto, então o restante desemboca diretamente no rio, que a maioria considera morto, por este motivo.

- Mencionei, que o descarte de esgoto no Rio Cachoeira, serve como tapete para encobrir despejo de efluentes tóxicos lançados nele sem tratamento prévio por empresas da região, conforme a denúncia feita pelo IVC, está poluição, não fica presa no rio, pois ele desemboca na Baia Babitonga, onde ocorre pesca, maricultura que serve de alimento, que nós estamos ingerindo e também acaba matando muitas espécies!

- Atualmente cadastratadas pelo IVC existem 50 espécies de animais vertebrados que compõe a fauna associada do Rio Cachoeira, entre répteis, aves e mamíferos, esta pesquisa foi realizada pelo Biólogo Alexandre Grose da Univille, o qual também é associado ao IVC, e ele disse que ainda existem mais espécies avistadas e devem ser acrescentadas a lista que levei ao programa e mostrei para o radialista, afirmando que o Rio NÃO ESTÁ MORTO, ele empolgado narrou algumas espécies no programa.

- Aqui mesmo no blog divulguei fotos que tirei na frente da Prefeitura de Joinville, flagra de uma família de Frango d'água (Gallinula melanops) passeando nas margens do cachoeira, com 2 filhotes, comentei isso também.

Esta realidade não ocorre somente em Joinville, faz parte de todo o Brasil e infelizmente parece que os brasileiros acabaram se acomodando, pouco exigem e cobram o Saneamento Básico e a fiscalização dos efluentes das empresas.

Espero ter feito alguns Joinvileses olhar para o Rio Cachoeira de outra forma, faça o mesmo você pelos rios da sua cidade!

Agradecimentos ao Radialista Osny Martins pelo espaço no programa!

Daniela Lima

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Jornal O Vizinho - Ambientalista quer transformar herança de família em bem público


Hoje fiquei muito feliz ao ler a Edição do Jornal O Vizinho - Nº 699 - 08/2009, em todas as edições são realizados artigos com o Sócios do IVC - Instituto Viva o Cachoeira, valorizando as pessoas que estão participando ativamente da luta para uma melhor qualidade de vida ambiental para todos.
Conheci um pouco da trajetória de muitos dos sócios lendo estes artigos, passando a admirá-los ainda mais, esta semana para minha alegria eu estou lá, clique no link abaixo:


A matéria que sintetizou tão bem parte da minha vida, meus objetivos, acredito que ela irá contribuir muito para realização de um sonho, agradeço ao Jornal O Vizinho pela a publicação e ao IVC, entidade ambientalista com a qual me identifiquei e espero colaborar em tudo que for possível, visando um bem maior.
Fiquei muito feliz e emocionada, obrigada mesmo!!!
Esta edição também conta com informações sobre o Primeiro Aniversário do Instituto Viva o Cachoeira, leia o jornal, clique: O VIZINHO

Daniela Lima

Jornal O Vizinho - Ano XVIII – Nº 699 - 08/2009Região 13 - Petrópolis, Boemerwald e Parque Guarani Tiragem desta edição impressa: 10.000 exemplares

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

A caminhada pela Recuperação Do Rio...

Ontem, 23 de agosto, das 19h às 20h, às margens do Rio Cachoeira, 73 pessoas e mais 8 policiais participaram da Caminhada comemorativa ao primeiro aniversário do IVC- Instituto Vivo o Cachoeira.

Minha amiga Nina (Bióloga/Professora), eu, Tia Rosa e Marcia Camargo (artista plástica)


É o primeiro ano da longa jornada que ainda temos pela frente, remando juntos, somos mais fortes!
Participantes em frente ao Marco Zero, monumento Barca Colon

O Instituto Viva o Cachoeira agradece à Conurb e Polícia Militar pelo apoio.
Parabéns aos sócios do IVC, simpatizantes e membros da UNIPAZ, Ambiverde e Grupos de Escoteiros presentes ao evento.
Flores ao Rio

O Rio Cachoeira deu nome ao Instituto, formado por um grupo de cidadãos de diferentes segmentos (empresários, pescadores, professores, biólogos, artistas, engenheiros, etc), que tem um objetivo e sonho comum, despoluir o rio, preservar e recuperar a Biodiversidade de Joinville e Região e promover o Desenvolvimento Sustentável.
Daniela Lima

sábado, 22 de agosto de 2009

Intervenção popular no Rio Cachoeira, participe!!!

Convide seus amigos, vizinhos e parentes e participe das atividades comemorativas ao primeiro aniversário de fundação do Instituto Viva o Cachoeira - IVC .

Quando?
Domingo, 23 de agosto de 2009 às 19h.

Roteiro da Caminhada:
Saída do marco zero (na praça do monumento da Barca Colon) em direção até a ponte da Rua Itaiópolis e retorno até em frente à prefeitura.
Abraço Simbólico:
Caso tenhamos grande número de participantes pretendemos dar um simbólico abraço no Rio Cachoeira, todos de mãos dadas no trecho do rio entre as pontes da rua Princesa Izabel (ponte azul) e 9 de março (Joinville Tênis Clube). Isso no final da caminhada.

Homenagem simbólica:
Depois do abraço simbólico lançaremos flores e ou pétalas de flores no rio.

Traje:
Todos vestidos de branco. Pedimos que cada um leve uma flor natural ou mais para lançá-las no rio.

Horário de início da caminhada: 19 horas.
Término do encontro com as flores lançadas ao rio: 20 horas.

JOINVILLE, passamos da hora de REALMENTE OLHAR PARA O RIO CACHOEIRA!!!

O Instituto Vivo o Cachoeira já catalogou 50 espécies animais vivendo no leito e na mata ciliar as margens do rio, entre aves, répteis e mamíferos, portanto ele NÃO ESTÁ MORTO!
Junte-se a nós do IVC na luta pela Recuperação do Rio Cachoeira!!!!

Daniela Lima

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

O Consumismo...

Todos os dias somos bombardeados com lançamentos de novos produtos, tecnologias, opções que nos instigam ao consumismo, ou seja, COMPRAR, COMPRAR, COMPRAR, acabamos querendo sempre mais e falo até dos produtos ecologicamente corretos, que estão sendo explorados demasiadamente, será que as empresas que os produzem, estão mesmo interessadas em SALVAR O PLANETA?? Ou simplesmente querem ganhar uma grana com a ONDA VERDE?
O vídeo a HISTÓRIA DAS COISAS mostra toda a cadeia produtiva dos produtos que consumismos, até eles chegarem as nossas casas e enfim o descarte, além de todos os problemas sociais e ambientais gerados pela exploração do consumismo.
Comenta também como os países ricos exploram outros países na retirada de recursos naturais, tire um tempinho e assista:

"O fim material de toda a atividade humana é o consumo." (William Beveridge)

"A sociedade consumista favorece a corrupção." ( Gherardo Colombo )

Devemos pensar se realmente precisamos de alguns produtos, ou se vale a pena nos desfazermos de tudo que temos para comprar algo dito ecologicamente correto. Será que com essa atitude realmente estamos fazendo um bem para o planeta?

Tenho refletido muito sobre isso!

Daniela Lima

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

A fauna nativa contra os Bioinvasores - Caramujo Africano

Uma das coisas boas de blogar é a troca de informações que acontece entre os autores e leitores. No post sobre os Caramujos Africanos o Yoshiharu Saito autor do blog Aquariofilia para Todos, me passou a informação que até então desconhecia de que os lagartos Teiús (Tupinambis merianae), encontrados em todas as regiões do Brasil, exceto na Floresta Amazônica, passaram a identificar o caramujo africano como presa.
Achei isso excelente, porém, a quantidade de caramujos é muito grande, bem como a velocidade do ciclo reprodutivo, e por mais que os lagartos consumam, a demanda ainda é pequena para tantos caramujos.


Além disso, o Achatina fulica- caramujo africano, sobe muros invadindo casas, fica difícil manter os lagartos dentro dos quintais. Outro fator importante é que esta espécie de caramujo, se reproduz mais rapidamente no inverno, justamente nesta época o Teiú costuma se refugiar em tocas no chão e debaixo de pedras, tanto em natureza quanto em cativeiro.
Por ser um animal ectotérmico, o lagarto depende de fontes externas de calor para manter a temperatura de seu corpo, usando dessa estratégia para se aquecer durante o inverno, diferente de nós humanos (endotérmicos) por exemplo, que temos a temperatura corporal estável. Sendo assim o Teiú não come os caramujos nesta época.
Na antiga casa que eu morava, não tinha muro, e no verão, frequentemente apareciam Teiús no quintal, inclusive filhotes, os quais eu tinha que tirar da boca da minha gata, que sempre acabava agarrando um, então eu os colocava em uma área de mata no outro lado da rua.
Eu os considero lindos e exuberantes.
Pesquisando mais sobre o assunto, descobri que a Coruja Buraqueira (Athene cunicularia) também passou a incluir o caramujo africano em seus hábitos alimentares.

coruja-buraqueira se alimentando-WikiAves

Talvez com o tempo, mais animais os incluam em suas dietas, mas por enquanto, a alternativa mais adequada, é catá-los manualmente, seguindo as recomendações que mencionei no post Problemas causados pela introdução de espécies exóticas- Caramujo Africano até que se encontre uma solução mais rápida e eficaz para combater a praga.
Segue outra dica do Yoshiharu Saito, aproveito para agradecer sua contribuição:
O controle deste gosmento pode ser feito de maneira muito simples que consiste em catação manual nas primeiras horas do entardecer, revirar com frequência a terra para expor os ovos a luz solar.
Mas não esqueça de proteger as mãos com luvas ou sacos plásticos.
Se alguém tiver mais informações, me escreva!

Daniela Lima

sábado, 15 de agosto de 2009

Problemas causados pela introdução de espécies exóticas- Caramujo Africano

A introdução de espécies exóticas sem o manejo e estudo adequado pode trazer uma série de danos ambientais e a saúde. Um exemplo disso é o Caramujo Africano - Achatina fulica, introduzido no Brasil como "Escargot".
Este molusco daninho e não comestível, tornou-se uma verdadeira praga, principalmente nas regiões litorâneas, destruindo plantações, contaminando frutas e verduras e podendo causar doenças através da contaminação por dois tipos de vermes pela manipulação do mesmo sem proteção.
Resistente a seca e ao frio, no Brasil ele encontrou condições adequadas para sobrevivência, tendo em vista que nenhum animal nativo o reconhece como presa, ou seja, nenhum bicho se alimenta dele, sendo assim, se reproduz livremente a cada 2 meses podendo depositar até 200 ovos.

Como diferenciar o Caramujo Africano Gigante do Caramujo Nativo?

Ele pode atingir 15 cm de comprimento, 8 cm de largura e 200g de peso. Compare abaixo as diferenças entre o Caramujo Africano e o Nativo:


Como proceder ao identificar o Caramujo Africano?


1- Certifique-se que seja caramujo africano, em caso de dúvida, procure um posto de saúde ou vigilância sanitária.
2- Colete o caramujo sempre com luvas ou sacos plásticos.
3- Não os coloque no lixo, mas sim em sacos plásticos e leve ao posto de saúde.
4- Não use veneno ou sal, pois afeta o meio ambiente e não o caramujo.
5- Não acumule entulho no quintal, o excesso de plantas também serve como criadouro.
6- Despreze legumes e verduras que tenham entrado em contato com o caramujo.

Lembre-se de manuseá-los sempre com luvas ou sacos plásticos, evite contato com a secreção e lave bem as mãos após o manuseio.

Dúvidas consulte a Secretária de Saúde ou Vigilância Sanitária de sua Cidade. Hoje na reunião do IVC soube de uma informação muito interessante sobre esta espécie trazida por representantes da ONG AmbiVerde, vou tentar me inteirar mais do assunto para poder divulgar aqui.

Daniela Lima

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Denúncia de Crime Ambiental feita pelo Instituto Viva o Cachoeira foi Confirmada

Na manhã do dia 4 de agosto o IVC-Instituto Viva o Cachoeira denunciou à Fundação do Meio Ambiente de Joinville (Fundema), o despejo de efluente tóxico lançado no Rio Cachoeira em Joinville/SC, neste mesmo local o Jacaré Fritz que reside a pelo menos 10 anos no rio se aquecia em tal resíduo.
Hoje a Fundema divulgou o laudo de análise da água que apresentou alguns parâmetros acima do permitido pela legislação ambiental vigente (resolução do CONAMA nº 357/2005 e Lei nº 14.675/2009 - Código Estadual do Meio Ambiente).
O documento apontou que o efluente lançado no rio pela empresa têxtil Lepper, polui e prejudica a qualidade da água do Cachoeira.
Foram analisados 11 parâmetros, em três amostras coletadas na saída da estação de tratamento de efluentes, na caixa de passagem da estação e no duto de lançamento no rio.
Destes, destacam-se que sólidos sedimentáveis, nitrogênio total, DBO5 e o pH não atendiam a legislação — disse a Fundema, em nota divulgada hoje pela manhã.
Jacaré estava no meio da água azulada - Foto: Fabrizio Motta

A Lepper ainda não se manifestou sobre o caso e não recebeu o laudo. Por meio da assessoria de imprensa, a empresa disse que só vai falar sobre o caso quando estiver com o documento em mãos.
O presidente da Fundema, Marcos Rodolfo Schoene, explicou que a empresa será notificada e deverá se explicar sobre o caso. A empresa poderá ser multada e ainda sofrer uma ação por crime ambiental.

IVC- Instituto Viva o Cachoeira, lutando para defender, preservar, conservar, e recuperar o Rio Cachoeira!
Daniela Lima

terça-feira, 4 de agosto de 2009

IVC denuncia possível crime ambiental no Rio Cachoeira em Joinville/SC

Na manhã de hoje o IVC-Instituto Viva o Cachoeira constatou e denunciou à Fundema o despejo colorido, quente e fétido lançado por uma indústria no Rio Cachoeira na área central de Joinville/SC, o fato mais impressionante desta história foi que justamente na tubulação que despejava tal líquido estava o Jacaré Fritz que vive há mais de 10 anos no rio.
O fiscal da Fundema teve que enfrentar o animal para realizar a coleta, simplesmente porque ele estava aproveitando o líquido quente, já que é um animal ectotérmico (e utiliza de fontes externas de calor para sua termorregulação) e nestes dias de frio, ele estava usando o despejo para se aquecer.

Fiscal da Fundema realizando a coleta próximo ao jacaré.

É o cúmulo que um animal tenha que usar destas estratégias para sobreviver naquele ambiente, a imprensa da cidade foi acionada e cobriu todo o flagrante.


Assista aos vídeos do flagrante na Galeria do Instituto Viva o Cachoeira no Flickr, clique no link a seguir e confira FLAGRANTE DE Possível CRIME AMBIENTAL .
Nós do IVC, aguardarmos o parecer da Fundema para toda a comunidade.

Daniela Lima

Leia mais: Morte ao Jacaré?

domingo, 2 de agosto de 2009

As Funções de uma Árvore, relacionadas com o Caso das Figueiras Exóticas Ficus benjamina em Joinville/SC

O fato de ter participado do debate no CEAJ- Centro de Engenheiros e Arquitetos de Joinville e da audiência pública sobre As Figueiras - Ficus benjamina na câmara de vereadores de Joinville me fez refletir muito e gerou a motivação para escrever este artigo. Talvez porque tenha percebido que a maioria das pessoas desconheça as reais funções de uma árvore e tudo que ela representa para a coletividade.
As árvores são plantas de grande porte, quando eu era uma estudante de ensino fundamental, aprendi que as árvores são divididas em raíz, caule, folhas, flores, sementes e frutos (árvores do grupo das Gimnospermas não tem fruto, ex. araucária), e como professora por muitas vezes descrevi este organismo tão complexo desta forma simplória, espero agora corrigir alguns erros do passado e ajudar demais profissionais a fazer uma abordagem bem mais ampla sobre uma árvore como ela realmente merece, pela sua relevante importância nos ambientes naturais e urbanos.



Figueira Ficus benjamina nas margens do Rio Cachoeira em Joinville/SC-Imagem Jornal A Notícia


Descrever uma árvore somente pelas características que citei acima, é uma negligência muito grande, mediante todos os processos ecológicos nas quais elas estão envolvidas. Ao avistar uma árvore, você deverá enxergar bem mais nela, pois ela não pode ser vista isoladamente!

Portanto, descreverei as árvores de forma diferente, de acordo com as funções de suas estruturas, as relações ecológicas das quais participam e fazendo uma abordagem para verificar se as figueiras exóticas Ficus benjamina, participam desta relação em Joinville.

As folhas são uma das estruturas que compoem uma árvore, como um dedo seu ou meu, é através delas que elas conseguem absorver a energia luminosa e realizar seu processo de alimentação chamado Fotossíntese, e ali sem precisar sair do lugar, fabrica seu próprio alimento, ninguém nunca viu uma árvore correndo né? Ela não precisa como nós procurar comida, mas as folhas não ficam eternamente fixadas e sempre caem, e isso é maravilhoso porque ao caírem, começa o processo de decomposição e elas acabam virando adubo para o solo, alimento e abrigo para outros animais, fazem com que a chuva penetre na terra vagarosamente sem arrastá-lo, é impressionante como tudo se liga.
- As Ficus benjamina, ao serem podadas liberam uma resina tóxica, que causam reações alérgicas na pele e nocivas se ingeridas, acredito que as folhas também liberam esta resina, tive a informação, que ao caírem no chão, geram uma serrapilheira estéril, justamente pela liberação desta espécie de substância , estou pesquisando mais a respeito, se isto realmente acontece, poucas espécies de plantas crescerão ao seu redor, o que não acrescenta nada a vegetação da mata ciliar as margens do Rio Cachoeira onde elas se encontram.

Troncos, folhas e arbustos dão sustentabilidade e favorecem a proximidade com a luz, também fornecem abrigo para várias espécies animais, sejam vertebrados ou invertebrados, além de servirem de abrigo e proximidade da luz para plantas epífitas, como as bromélias dependurados nos galhos.
- Nas Ficus benjamina cituadas as margens do Rio Cachoeira em Joinville/SC, não encontramos variabilidade de animais, não vemos borboletas, talvez alguns outros insetos, outro fator muito importante nestas árvores, é a inexistência de qualquer tipo de nidificação (ninhos), então, estas figueiras não agregam nada de fauna ao seu redor, na índia, provavelmente, mas aqui não! Sim, elas dão uma sombra maravilhosa, mas percebe-se a dominância da espécie, pois nada mais cresce na área, abafada por sua impenetrável sombra impedindo que as outras plantas absorvam a luz para fotossítese, as ficus vencem de forma esmagadora esta competição com outras plantas.

As flores, quando você percebe a floração nas árvores, isto quer dizer que elas estão no período reprodutivo, a flor é o órgão sexual delas, como não possuem mobilidade, o vento auxilia muito na dispersão do polém que encontram outras flores e as fecundam, está polinização pode ser feita com a ajuda de insetos, aves, morcegos que que se alimentam do néctar e através de suas patas, bicos e focinhos cheios de polém, fecundam outras flores das quais vão retirar seu alimento.
- As flores do Ficus benjamina, são discretas sem valor ornamental, não atraem animais polinizadores da região do Rio Cachoeira, provavelmente por não produzirem um néctar e odor atrativo para sua alimentação, novamente, não agregando diversidade biológica da área, pois não geram este alimento aos animais.

Os Frutos, a função deles é a proteção da semente em desenvolvimento, durante a evolução, as plantas com flores e frutos desenvolveram novos tipos e estratégias para a dispersão das sementes contidas neles, nas espécies atuais há uma variedade imensa de cores, formas, estruturas acessórias e sabores, cada qual especializada em uma forma diferente de dispersão de sementes. Muitas, justamente para atrair animais que se alimentam deles e desta forma acabam dispersando sementes seja enterrando para comer mais tarde, comendo e jogando a semente fora, ou justamente por não digerirem as sementes, acabam as liberando através das fezes, e assim podemos dizer que eles vão plantado árvores ao longo de sua vida.
- Nunca ouvi alguém dizer que comeu o fruto das Ficus benjamina, eles são ignorados pela espécie humana, porém são muito apreciados por morcegos, sendo eles o únicos a serem atraídos por está fonte de alimentação, embora eu saiba a importância ecológica dos morcegos e os ache lindos, vejo que esta figueira pouco atraí em oferta alimento para as demais espécies animais que poderiam estar ali nas margens do Rio Cachoeira, mais precisamente a avifauna, portanto este Ficus pouco agrega em diversidade biológica no quesito alimentação também.

A raiz é o órgão da planta que tipicamente se encontra abaixo da superficie do solo, elas servem como meio de fixação ao solo e como órgão absorvente de água, nutrientes. As raízes também seguram o solo, se entrelaçam, impedindo que a força das chuvas causem desmoronamentos por exemplo.
- As raízes da Ficus benjamina procuraram água e nutrientes, com se tivessem sempre uma intensa sede e fome. Se encontrarem um cano pelo caminho, ótimo: servirá de fonte. Não contentes com a água ali absorvida, continuarão a procurar, penetrando cada vez mais na terra. Enquanto isso seu tronco, galhos e copa aumentam proporcionalmente. Neste momento ela estará oferecendo uma generosa sombra, densa, felicidade para o dono da casa e os motoristas que ali param. Sua sombra será disputada! No jardim a sua volta, a grama morre devido à intensa sombra. Algumas plantas começam a definhar. A competição com as raízes do fícus é impossível (Fonte: Anavilhana). Sendo assim, além dos danos, também não acrescentam diversidade biológica.

Discussão:
A arborização nas cidades devem exercer função ecológica no sentido de melhoria do ambiente urbano, e estético, trazendo benefícios para população como: purificação do ar; retenção de umidade do solo e do ar e pela geração de sombra; redução na velocidade do vento.
Sim, as figueiras Ficus benjamina podem proporcionar este bem estar aparente, numa cidade onde a área urbana está desprovida de árvores como Joinville, cortá-las causariam um impacto traumático na população, percebi nitidamente isso no Debate e na Audiência Pública, queremos árvores, a carência delas é tão grande, que não interessa nem a espécie, para podermos usufruir de todos os benefícios acima.
Agora PARE E PENSE, a espécie humana não é o CENTRO do universo, a áreas urbanas já tiram muito dos espaços dos ecossistemas, isso não é diferente em Joinville.

Por que não plantarmos nas margens dos Rio Cachoeira espécies de árvores nativas que agreguem e melhorem a diversidade biológica do rio já tão sofrido?

Deixei propositalmente por último um dos benefícios que a arborização pública deve contemplar:

Abrigo à fauna, propiciando uma variedade maior de espécies, conseqüentemente influenciando positivamente para o maior equilíbrio das cadeias alimentares e diminuição de pragas e agentes vetores de doenças.

Meus caros leitores, por tudo que descrevi no decorrer deste artigo, infelizmente a presença da Ficus benjamina no paisagismo urbano, das margens do Rio Cachoeira não contempla este último benefício.
Não defendo a SC Gás e sou totalmente contra a Construção do Paredão de Concreto dito Boulevard Cachoeira, que inclusive geraram toda esta discussão sobre as figueiras, mas graças a ela, podemos exigir um paisagismo adequado, que nos dê muito mais que sombra e faça mitigar o mínimo a áreas que degradamos para construção das cidades e ainda nos dar mais qualidade de vida.
Sou formada em biologia, sou amante de tudo que é vivo, aficcionada pelas relações extraordinárias existentes entre os seres vivos.
Quero além da sombra gerada pelas árvores ao caminhar pela avenida Beira Rio, usufruir de um passeio onde eu possa ver flores, borboletas, espécies diversificadas de aves e talvez até outros animais.
Quero Árvores e demais plantas, que gerem e chamem vida ao seu redor para que possamos ver a grandiosidade das relações ecológicas, quero um rio um pouco mais bonito enquanto ainda não conseguimos despoluí-lo.

Você também deve querer mais para a cidade!

Como bióloga, recomendo não o corte geral desta árvores, mas sim a substituição gradativa das Figueiras Ficus benjamina, por espécies nativas adequadas ao solo da região, que possam nos ofertar muito mais do que sombra e melhorar a nossa qualidade de vida juntamente com a do Rio Cachoeira. Desta forma evitaremos os traumas de uma total supressão das figueiras.
Nunca enxergue somente uma árvore, ele nunca pode ser sozinha, veja além!

Daniela Lima

Clique nos links abaixo e saiba mais sobre o caso das figueiras e benefícios de uma arborização pública adequada:

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Dengue - Fique Alerta!!!

Nossa, quanto tempo sem postar, peço desculpas, fim de ano, correria, trabalho de certa forma me impediram de dar um tempo, sentar e escrever, algo que me faz tão bem!Tirei um tempinho para estar aqui.
O verão está chegando e junto com ele uma grande preocupação causada por um ser vivo tão pequeno o Aedes aegypti vetor de uma doença viral que causou grande pânico este ano no Brasil, principalmente no Rio de Janeiro, matando muitas pessoas. O problema da dengue é de saúde e ambiental, tendo em vista que o mosquito é uma espécie exótica, e coloca seus ovos em locais onde água fica parada em geral, terrenos onde são depositados resíduos que armazenam água, entre outros fatores nas residências. Todo mundo já sabe as formas de evitar a proliferação do mosquito, mas, infelizmente nem todos poem em prática. Enfim, se cada um fizesse sua parte, com apoio do governo a situação reverteria a nosso favor. Juntamente com os alunos, elaborei um folheto informativo (foto) com o intuito de alertá-los para o fato, sensibiliza-los para que coloquem em prática tais informações que foram pesquisadas por eles, em suas casas e passem para seus pais. Batendo na tecla, aqui estão formas de prevenir a proliferação desse mosquito famoso:

1-Coloque garrafas e baldes com a abertura virada pra baixo.
2-Tampe e vede com fita isolante caixas d´água.
3-Proteja os pneus quando for armazená-los para que não acumulem água.
4-Feche a tampa de vasos sanitários.
5-Mantenha as calhas limpas.
6-Coloque areia nos pratinhos das plantas.
7-Mantenha os terrenos limpos, não acumule lixo.
8-Converse com os vizinhos sobre o assunto.
9-Lave regularmente o suporte de garrafões de água com água e sabão, os potinhos dos animais também.
10-Enfim, Não deixe acumular água de jeito nenhum.
Vídeo sobre o trabalho que realizei, folheto informativo sobre a dengue, o trabalho será apresentado no Seminário sobre o papel das Salas Informatizadas nas Escolas.

No dia 28 deste mês participarei de uma passeata alertando para os riscos da doença nesta verão dando ênfase para prevenção!

Daniela Lima

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